Sinopse
"Valor de uso" persegue, com a concisão própria da poesia tal como é considerada pela óptica do poeta que o engendrou, um alvo ambicioso: associar a circunstância, o mínimo, o efêmero, à intemporalidade. Uma das questões mais cotidianas e características de nossa época – a da instituição da réplica e do plágio como indústria, do falso como fonte de produção de valor -, abre-se a uma questão maior: os fundamentos e implicações do nome, da identidade, da existência, da criação. Por meio de um modo de imitação e de apropriação como instrumento de composição poética, alça-se, a partir do banal, o vôo para uma discussão que se atinge de várias instâncias do conhecimento, desembocando na âmbito da negação e da afirmação do divino, da incerteza e da permanência do conflito como um eterno recomeço da presença do homem.