GRAFITES

Parto longo e demorado, mas mesmo a fórcipes veio finalmente à luz o primeiro livro de Aroaldo Maia. Esperado pelos que acompanham ou acompanharam seus artigos, o tão aguardado GRAFITES, sai finalmente das gavetas e ganha as prateleiras de nossas estantes. Não fosse a insistência do rol de amigos que o cercam, algumas preciosidades iriam ficar enterradas pelos cacifos do tempo. Reunir seus escritos num tomo e editá-lo, era um projeto que ia sendo adiado "sine die". Mas está aí, finalmente para deleite dos que estimam a boa leitura.Ler Aroaldo é chegar mais próximo do que se pode de uma alma generosa. Nosso amigo é plantador de sonhos e fantasias. Um espalhador de livros. Quão raro é se descobrir alguém que semeia cultura e conhecimento. Aroaldo é essa gema rara. Nascido em Sapé, criado nas areias de Tambaú, acabou descobrindo, através de seus irmãos maçônicos, Alagoa Nova, cidade cravada no Brejo paraibano. Essa relação de amor a primeira vista com a cidade brejeira permanece. Entre bibliotecas de escolas, públicas e até em presídio, doou mais de quatro mil volumes formando uma verdadeira confraria de leitores. Num projeto de leitura reúne mais de 100 jovens que vão encher a alma de Cecília Meireles, de Machado, e de outros fazedores de sonhos. Esse é Aroaldo. Ao apresentar aqui, o GRAFITES, esse escrevinhador sente que o corriqueiro foi por terra abaixo. Normalmente, quem apresenta a obra está ali para emprestar seu prestígio ao autor. No caso se deu o inverso, sinto que sou eu o homenageado pelo generoso convite de escrever essa apresentação. A lisonja é impagável. Ao leitor, a deliciosa proposta de navegar por essas páginas, que como grafites, foram escritas pelos muros da vida.Luiz Augusto Paiva