Sinopse
Se usarmos com cuidado a matéria densa dessas MEMÓRIAS DO PORÃO, podemos chamar-lhes, em parte, biográfica, matéria do vivente Nejar ele mesmo, e de seus coetâneos e antepassados com ele entrecruzados. A ambição cosmogônica faz, porém, avançar o livro para lá desses limites estreitos, e é então História, Civilização, livro de todo viandantes. E meditação sobre a criação poética, tão repetidamente referida, até mesmo com humor. "... depois as palavras começaram a voejar como filhotes de perdizes" por injunção do poeta-pai.Um leitor da margem pensa que este livro não é um acidente na obra nejariana: ata fios que andavam dispersos... O menino que "via sinais em tudo" é o salmista Carlos Nejar, curvado, como os apóstolos de que fala, "ao vento de Deus", caminhando sucessor do Dante bem-amado pela madrugada adentro. Que é a luz, que é a graça que é uma revoada de anjos.