O romance faz um retrato psicológico de três jovens amigas que vivem em um pensionato religiosos e trilham caminhos diversos. Como pano de fundo, a ditadura militar e a solidão que as une.
Nuria Bayarri zaplana O livro narra a história de três universitárias de condição social e origens diversificadas, que se conhecem em um pensionato de freiras na cidade de São Paulo, tornam-se muito amigas, apesar das diferenças de valores e personalidades, convivem durante algum tempo, compartilham seus dramas e sonhos, ajudam-se nos momentos difíceis e terminam por separar-se definitivamente. O encanto e a dificuldade aparente da leitura repousam no foco narrativo cambiante: Lorena Vaz Leme, Ana Clara Conceição e Lia de Melo Schultz contam a própria história através do fluxo de consciência, misturando suas falas, ações, lembranças e críticas recíprocas. Depois dessa surpresa inicial, o leitor acaba por identificar o estilo de cada personagem e sente-se desafiado a desvendar o universo interior das três "meninas"- uma paulista quatrocentona, uma baiana "terrorista" e uma modelo de moral "duvidosa" e viciada em drogas. A Romancista as segue por fora e por dentro no relacionamento com os companheiros, com as freiras e com a família. Através do fato, da memória e da imaginação.
Eis, pois, um livro perturbador, de uma inocência, que emociona porque é pura. Que nos toca ainda mais fundo quando contaminada, embora da própria contaminação venha nascer à esperança. Livro tão belo quanto inquietante!