MINHA MORTE SERÁ MANCHETE

O novo romance de Esdras do Nascimento é uma tentativa de compreender as inquietações, conflitos, incertezas e razões que levam uma mulher a abrir mão de tudo - marido, filhos, dinheiro, status e amigos - para viver um romance desvairado com um homem certamente atraente, mas excêntrico e muito diferente dela. Conta a história do pianista célebre, Lucas Neiva Borba que é conhecido internacionalmente como o grande intérprete de Bach da atualidade. Há algum tempo, para espanto geral, ele abriu mão de contratos milionários e tomou a insólita decisão de nunca mais se apresentar em público, por achar que não faz sentido tocar e ouvir música com hora marcada. Passou a viver isolado num apartamento da Avenida Atlântica, no Rio de Janeiro. Recusa-se a fazer e receber visitas, e o telefone é o seu único meio de contato com o mundo. Passa o dia inteiro tocando e gravando peças de Bach. Usa luvas e cachecol, mesmo no auge do verão carioca. Evita dar a mão às pessoas quando as cumprimenta, para não pôr em risco os dedos. Numa de suas raras saídas, é apresentado a Juliana Beirute. Ela é jovem, bonita e de família tradicional em Goiás. Casada com um ricaço, é mãe de dois filhos e viaja periodicamente ao Rio para abastecer sua butique em Luziânia. Os dois se apaixonam e vivem uma enlouquecida história de amor. Lucas tem certeza de que o marido de Juliana mais cedo ou mais tarde mandará mate-lo. Sem ela, no entanto, sua vida perderia o sentido. Ele resolve manter a ligação a qualquer preço, 'mesmo que venha a ser a minha paixão terminal'.